Pesquisa mostra que 19% dos entrevistados que tomaram crédito por meio do Pronampe já estão com as parcelas em atraso
Em um ambiente de inflação e juros altos, bares e restaurantes têm enfrentado dificuldades para honrar seus empréstimos feitos via Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e manter em dia os pagamentos do Simples Nacional.
As conclusões são de pesquisa da Abrasel. Os dados apontam que 19% dos entrevistados que tomaram crédito por meio do Pronampe já estão com as parcelas em atraso. “E isso tende a piorar”, disse o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, ao Valor.
O Pronampe foi a principal linha de crédito criada para apoiar pequenos negócios durante a pandemia. A primeira rodada de empréstimos começou em junho de 2020 e teve taxa de juros anual máxima de 1,25% mais Selic. Naquele momento, a taxa básica de juros estava em 2,25% ao ano, enquanto agora já está em 10,75%. A segunda fase rodou em 2021 e teve juros de até 6% ao ano mais Selic.
A expectativa, explicou Solmucci, é que o pacote de crédito de R$ 100 bilhões prometido pelo governo federal inclua também medidas de alongamento das dívidas do Pronampe. Segundo ele, uma possibilidade seria permitir que as empresas passassem um período pagando apenas os juros da dívida, para depois voltar a arcar com o principal.
De acordo com a pesquisa, 45% dos entrevistados que estão no Simples Nacional estão com parcelas em atraso. Para a Abrasel, isso mostra a importância de o Congresso derrubar o veto ao projeto que cria um programa de refinanciamento de dívidas tributárias para micro e pequenas empresas, chamado de “Relp” ou “Refis do Simples”.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), agendou para quinta-feira a sessão destinada à análise do veto. Solmucci frisou que a derrubada deve vir acompanhada de nova prorrogação do prazo para regularização de dívidas do Simples. Em janeiro, o Comitê Gestor do Simples Nacional já estendeu o prazo de 31 de janeiro para 31 de março.
Além disso, a pesquisa apontou que 43% dos entrevistados registraram prejuízo em janeiro, contra 31% em dezembro.
Dos bares e restaurantes participantes, 93% disseram já aceitar o Pix como pagamento. Apenas 3%, no entanto, afirmaram que esse é o principal método usado pelos clientes no salão ou balcão. No delivery, o percentual sobe para 7%. O cartão de crédito continua sendo o mais usado tanto no salão (65%) quanto no delivery (73%). O pagamento com dinheiro em espécie foi apontado como meio preferencial por apenas 1% dos entrevistados.
A pesquisa foi realizada pela internet entre 21 de fevereiro a 3 de março. Foram mais de 1.200 respostas em todos os Estados.
Fonte: Valor Econômico
Fonte: Abrasel
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