Fim da Reforma Trabalhista pode causar impacto negativo em bares e em restaurantes

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Como foi o desempenho do setor em 2021?

Fechamos o segundo semestre com um crescimento real estimado em 3% em relação ao mesmo período de 2019, pré-pandemia. A nosso ver, um resultado muito positivo, motivado por várias questões. Especialmente, com o fim das restrições, que aconteceram de forma mais consistente a partir de julho e agosto.

A recuperação do emprego e o auxílio emergencial colaboraram para isso, já que a base da nossa pirâmide é gigantesca: 80% das empresas faturam menos que R$ 20 mil por mês.

Os restaurantes mais sofisticados também observaram uma retomada forte, com alguns estabelecimentos registrando um aumento de 50% a 70% em relação ao faturamento do segundo semestre de 2019. Há uma parcela importante da altíssima renda que ainda não viaja para o exterior, e a demanda por esse tipo de serviço ganha.

O único segmento que continua complicado é o de estabelecimentos localizados em regiões onde o home office ainda impacta. Casos como o do centro do Rio de Janeiro, por exemplo, onde praticamente não há imóveis residenciais e se concentravam grandes empresas. Essa parcela de bares e restaurantes ainda operam com prejuízo.

Mas agora em janeiro, pela primeira vez desde o início da pandemia, observamos que o percentual de empresas que declararam lucro é maior do que o das que declaram prejuízo: 34% contra 31%, respectivamente.

É um resultado importante, pois bares e restaurantes têm sido fortemente afetados pela inflação: o IGP-M, que superou os 30% em meados de 2021, impactou o reajuste de contratos de aluguel. Ainda que tenha havido negociações, nem todos conseguiram negociar e fugir do aumento.

Teve gente que perdeu ponto, ou que opera com prejuízo. Houve pressão da energia, lembrando que a maior parte desses negócios paga tarifa comum, não tem demanda contratada – com exceção dos negócios que funcionam em shopping centers, pois estes sim, trabalham com contratos.

Além dos alimentos. A alta dos Combustíveis foi uma loucura, quase 50%. Antes, este era um item que nos atingia indiretamente; com a pandemia, entretanto, e o aumento do delivery, ganhou relevância, pois implica negociações com os entregadores, que pediam aumento a cada alta, o que era justo.

A onda de contágio pela Ômicron tem impactado o setor?

A Ômicron não é mais um fator de temor quanto a medidas de restrição, apesar de ter trazido algumas consequências para festas de Réveillon e Carnaval, que em cidades como Salvador será menor positivo do que se a festa fosse liberada.

Mas, sob o ponto de vista operacional, nos trouxe o maior transtorno de todos os tempos. Entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira de janeiro, que é o intervalo de nossa pesquisa, 76% das empresas consultadas tiveram funcionários afastados por Covid-19.

Em média, declararam que 24% dos empregados foram contaminados, ou um em cada quatro. Isso implica a necessidade de repor funcionários, contratar intermitentes, aumentando o custo da operação, já que não pode usar o INSS para esse tipo de afastamento (esse benefício é garantido para afastamentos que superem 15 dias).

A recuperação do faturamento tem colaborado para o controle do endividamento no setor? Em janeiro o presidente Bolsonaro vetou projeto de lei que previa um novo Refis para pequenas empresas…

Esse projeto foi aprovado em agosto de 2021 no Senado, e só em dezembro passou na Câmara, mas o presidente vetou por inconstitucionalidade. Hoje, no setor, 48% das empresas enquadradas no Simples estão com contribuição em atraso.

Houve uma prorrogação do prazo para regularização, de 31 de janeiro a 31 de março. Mas ainda dependerá de o Congresso derrubar o veto do presidente para o Refis valer. Caso isso não aconteça, serão excluídas quase 50% das empresas sob o Simples, o que lhes dobraria a carga tributária, o que pode gerar uma quebradeira adicional.

Além disso, dos 51% de empresas do setor que contrataram crédito pela linha do Pronampe, uma em cada cinco hoje está com parcelas em atraso. E 22% afirmam correrem risco de quebrar, devido ao aumento dos juros. Veja, os primeiros contratos foram fechados com uma taxa de 3,25% ao ano (Selic + 1,25%).

Hoje temos Selic a 10,75%, o que significa um custo de capital quatro vezes maior do que quando foi contratado. Isso sem contar que 64% das empresas afirmaram ter algum outro pagamento em atraso, como conta de luz, aluguel, ou compromisso com fornecedores.

E a perspectiva desses empresários é de que não conseguirão recolocar o endividamento em um nível de normalidade em menos de dois a cinco anos.

A pandemia trouxe muitas mudanças ao setor?

Hoje somos muito mais produtivos. Onde antes trabalhavam dez, hoje trabalham oito. Há uma forte redução de custo, com ganho permanente de produtividade, advindo de alguns fatores. O primeiro é que, quando é preciso demitir, se preservam os melhores empregados.

O segundo, é uma intensa revisão de processos. O terceiro fator é uma maior automação, acompanhada de uma maior digitalização não só dos estabelecimentos, mas especialmente do cliente. A jornada do cliente mudou. Antes, ela acontecia praticamente 90% dentro salão; na pandemia, foi transferida 100% para fora.

Agora o cliente continua se relacionando com estabelecimento de forma digital antes de tomar uma decisão. Pode pesquisar cardápio, preços, lotação. Escolhe se irá ao restaurante, pedirá para entregar ou buscará a comida ele mesmo.

O delivery já existia em menor escala, mas agora é oferecido em mais de 80% das empresas. Comparativamente ao período de isolamento, hoje perdeu 33% de participação em termos físicos, mas em faturamento representa 20%.

Por outro lado, o perfil do setor sofreu uma mudança importante. Desde o início da pandemia, em torno de 335 mil bares e restaurante fecharam as portas. E outros 520 mil foram abertos. Com qual perfil? A ampla maioria, 85%, como microempreendedor individual (MEI).

Porque são formados por aqueles que perderam seu emprego – a cozinheira, o garçom, o gerente – e abriram um pequeno negócio para pagar suas contas. E, diferentemente de momentos de crise pré-pandemia, desta vez foram buscar a formalização, pois precisavam se inserir em plataformas digitais para impulsionar suas vendas.

Então, hoje temos em torno de 1,2 milhão de empresas, mais do que antes da pandemia, mas com uma composição diferente, pois as empresas mais estruturadas que fecharam foram substituídas por microempreendedores individuais aos montes.

Quais expectativas do setor em relação a 2022 e ao debate eleitoral?

O ano tende a ser bom para a gente, com a retomada do emprego – ainda que a renda tenha caído –, assim como o Auxílio Brasil, com o benefício de R$ 400.

Como já mencionei, quando se pensa em bares e restaurantes, remete-se à imagem de lugares destacados, mas 80% do setor são pequenas empresas, de empresário mais dois ou três funcionários, em geral da própria família. Então, com alguma recuperação da renda, certamente teremos dados positivos para esse grupo, que representa a maioria dos negócios.

A redução do home office também tende a nos beneficiar. E a queda da inflação, de 10% em 2021 para em torno de 5%, como estimado, será positiva. Ano de eleição costuma ser de mais gastos públicos, isso também tende a ajudar.

Quanto à questão política, levando em conta os resultados de pesquisas, que hoje apontam uma disputa entre Bolsonaro e Lula, o que tem nos preocupado é a declaração de Lula de que, se sair vencedor, retrocederá com a reforma trabalhista. Isso seria uma tragédia para nós, pois estamos entre os mais vitimados pela Justiça do Trabalho.

Para se ter uma ideia, a gorjeta ainda não é regulada; e agora é que estamos aprendendo a operar com trabalho intermitente dentro da formalidade, o que é positivo, pois em geral o setor demanda o trabalho de extras, conforme a demanda. Se acabam com a figura do intermitente, entre outras questões, será muito ruim. Trabalharemos bastante, enquanto empresários, para sensibilizar a sociedade de que não podemos ter esse retrocesso. No mais, é torcer para este país dar certo.

Fonte: Abrasel

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